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Cancro da haste: doença pode causar prejuízos nas lavouras de soja

O cancro da haste da soja, que é considerada uma doença secundária pelos especialistas e produtores, voltou à cena na safra 2016/2017 com a detecção de possíveis casos em lavouras localizadas no Cerrado brasileiro. Cidades mato-grossenses que concentram boa parte da produção brasileira da oleaginosa, como Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Campo Novo do Parecis, Sapezal e Brasnorte, já têm casos suspeitos sendo analisados. Há também relatos da doença no estado de Goiás.


A grande preocupação dos produtores destas regiões é que o fungo causador da doença possa permanecer nos restos culturais e sementes até o início da safra 2017/2018. Embora sejam casos isolados, o temor é que o cancro da haste se espalhe e cause grandes estragos nas lavouras de soja de todo o País, assim como o que ocorreu na década de 1990, quando dizimou plantações, com perdas entre 80% e 100%.


Pesquisadores em alerta

O alerta inicial veio de profissionais do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa) em Mato Grosso, que detectaram a doença em algumas lavouras. A informação foi confirmada pelo engenheiro agrônomo, doutor em fitopatologia, e professor na Universidade de Rio Verde/GO, Hércules Diniz Campos, que tem presenciado alguns focos da doença em todo o Cerrado. “Não queremos criar alardes, mas de fato, há casos suspeitos que estão em processo de estudos”, diz.


Os primeiros sintomas da doença podem ser identificados de 20 a 30 dias após o contato dos esporos com o tecido da planta, por meio de estrias da cor negra a castanho-avermelhada e/ou escurecimento da medula. “A recomendação é que o agricultor monitore as lavouras, atento aos possíveis primeiros sinais do fungo e procure sempre um técnico responsável caso haja suspeita”, afirma o engenheiro agrônomo.

Baixa resistência

O retorno do cancro da haste é atribuído a alguns fatores. Um deles é a falta de rotação de culturas. De acordo com o Diniz Campos, sistemas contínuos de sucessão, como por exemplo, trigo-soja ou soja-milho safrinha, tendem a provocar degradação física, química e biológica do solo, resultando em queda de produtividade. Isso gera condições favoráveis para o desenvolvimento de doenças, incidência de pragas e infestação de plantas daninhas.


Outro fator determinante para o ressurgimento da doença pode estar relacionado à queda de qualidade na produção de sementes. “Estão entrando no mercado muitos materiais dotados de baixa ou moderada resistência ao cancro da haste da soja. Isso acaba facilitando o aparecimento de novos casos”, diz Diniz Campos.

* Esse é apenas um trecho da matéria publicada na revista Farming Brasil. Confira a reportagem completa na segunda edição.

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